Agents:Revenge - 1x04: Royal Flush

Anteriormente em Revenge...

CURTIS – Como está a situação com o Jared Marshall?

ALICIA – A polícia não sabe o que fazer, a CIA tentou caçar o cara e vários agentes morreram.

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DOROUGH – Tivemos um roubo na noite passada, o alarme não disparou, não houve ruídos, as câmeras não captaram nada. Quem fez isso era profissional nesse tipo de coisa.

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TOM (fala alto) – HOMENS! (agentes da CDA saem de dentro do prédio) – LEVEM ELE!

CURTIS (gritando) – O QUE? TOM EU NÃO FIZ NADA, ACREDITA EM MIM.
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FRANK – Quais são seus propósitos com o Chip Life?

A imagem muda para o banheiro, onde Katie franze o cenho ao ouvir “Chip Life”.
A cena volta para o escritório.

PAUL – Eu te disse. Fazer experimentos, ver até onde isso vai dar.

FRANK (coça a cabeça rapidamente e encara o amigo) – Eu não sei cara. Mas acho que não devia seguir com isso.

PAUL – E por que não? Hein? Está dando tão certo.

FRANK – Porque eu te conheço. Você vai se empolgar e vai querer chegar longe demais com isso.

PAUL – Eu sei o que faço!

FRANK – Mas o nome da minha empresa está em jogo! (expressão séria).

PAUL (sorri e caminha pelo cômodo) – Calma! (coloca as mãos no ombro de Frank) Já está tudo calculado, sem exageros ou empolgação, apenas um simples experimento.

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JULIE – Senhor Bennett, tem um cara da polícia querendo falar com você.

FRANK (voz distante) – Cara da polícia?

JULIE – É! Ele disse que é melhor o senhor atendê-lo agora, caso contrário, ele tem uma arma e não tem medo usá-la.

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BRAD (surpreso) – KATIE?

KATIE (nervosa) – BRAD?

Ambos se encaram tímidos, sem saber o que fazer.

KATIE (força uma tosse) – Você não ia pegar algo...

BRAD (a interrompe) – Ah sim! (olha de um lado para o outro, abre uma gaveta e puxa uma revista de negócios) Era isso! (aponta para a revista) Já vou indo!
Brad sai apressado e não dá chance para que ela o questione.

Katie espera alguns segundos.

KATIE (pensativa) – Certo. Acho que agora dá para achar algo.

Katie revira algumas gavetas de Frank, abre seu armário, mexe em seus casacos. São mostrados diversos takes de Katie procurando, até que em uma das gavetas ela acha uma caixa com vários arquivos, lá dentro acha uma pasta com uma foto de um homem. A câmera foca na imagem, nela ele parece estar hipnotizado, meio bobo.

KATIE (analisando a foto) – Mas que diabos é isso?
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TOM – O que foi cara? (pega sua cerveja que se localiza em uma bancada velha) Parece preocupado.

CURTIS – Sabe... Essa Julie, tem algo muito estranho nela.

TOM – Suspeita dela? (o encara)

CURTIS (aperta os olhos bem forte, os abre e suspira) – Eu não sei cara. To confuso!
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Alicia, William e Curtis estão todos no mesmo lugar, apoiados no carro prata. O homem se aproxima deles e aponta a arma.

O som de tiro é ouvido. O corpo do homem cai no chão e atrás dele aparece outro homem com a arma apontada para a frente.

Alicia se levanta confusa, esfrega os olhos e caminha para a frente. MaIs atrás, Curtis e William se levantam e caminham junto com ela.

HOMEM – Não me reconhece mais?

ALICIA (aperta os olhos e os abre rapidamente) – EU NÃO ACREDITO!

Alicia corre a pequena distância que a separa do rapaz e o abraça, a câmera mostra o rosto suado do homem.

TOM – Eu voltei Aly! (abraça ela mais forte e é dado um close em seu rosto) Eu voltei!
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1x04 – Royal Flush


CENA 1 – CORREDORES DA CDA/SALA DO CHEFE – INT. DIA

Katie Young caminha entre as mesas de um dos andares da CDA, não podemos ver seu rosto. A câmera filma a garota de costas, ela passa pelos corredores e acena para algumas pessoas.

HOMEM (segura uma folha nas mãos e a ergue) – Senhorita, isso deve ser levado para o arquivo morto ou guardado no laboratório?

KATIE – Leve até o laboratório. (responde olhando a folha rapidamente e seguindo seu caminho).

Katie chega até a sala de seu pai, ela abre a porta e a imagem se expande. Agora a cena não é mais mostrada sob a perspectiva de Katie. Na sala está Alicia, William e Tom.

WILLIAM – Você pode me explicar que diabos estava fazendo se metendo nisso? Você me disse que não iria entrar em confusão!

KATIE (sorri irônica) – E eu não entrei em confusão, aliás eu fiz um grande favor a vocês, achei provas ótimas!

William abre a boca para falar, mas é interrompido por Alicia.

ALICIA – Ela tem razão, graças a ela sabemos que Paul é Jared.

TOM – E podemos suspeitar de Frank Bennett também, afinal o suposto Paul é sócio dele.

William encara a todos, contrariado.

ALICIA – Katie agiu bem chefe, devia dar alguns créditos a ela.
Katie morde os lábios insegura e encara seu pai.

WILLIAM (contrariado) – Tudo bem, você fez um ótimo trabalho filha!
Katie vibra.

WILLIAM – Mas, vale dizer que foi tudo sem a minha autorização e podia ter dado tudo errado, você faz ideia do que poderia ter acontecido se...

TOM (o interrompe) – Chefe, ela sabe se virar!

KATIE – Viu só? Só você que fica achando problema em tudo pai!

WILLLIAM – Não é isso, eu só me preocupo com você.

ALICIA (se aproxima de William e Katie) – Mas o que faremos com todas essas provas?

TOM (se aproxima de todos) – Temos que juntar as peças desse quebra-cabeça. Não podemos perder tempo.

WILLIAM – E não podemos deixar passar nada, ele é esperto, vai agir na hora certa. Ele sabe jogar o jogo.

Foco em Alicia, que está pensativa e concentrada.

ALICIA – Se ele sabe jogar o jogo, eu também sei!






Tom Hanks as James Ward


CENA 2 – PRÉDIO DA BENNETT ENTERPRISES – INT. DIA

Julie está em sua mesa digitando alguns documentos, quando Brad se aproxima.

BRAD – Tem um minuto? (se apoia na mesa dela)

JULIE (encara Brad e depois a tela do computador) – Só um segundo...

Julie digita mais algumas coisas, ativa a impressão de uma folha e se levanta para pegar a mesma.

JULIE (de costas para Brad e pegando a folha) – Então... (se vira para a Brad com a folha nas mãos) O que houve?

BRAD (a encara) – Você sabe alguma coisa sobre Katie Young? É que aquele seu vizinho, Curtis Hall, é agente especial e descobri que ela também é e enfim, queria saber.

Julie encara a sua folha como se estivesse lendo algo, caminha até seu lugar, se senta e volta a encarar Brad.

JULIE – Faz tempo que não vejo o Curtis e a única coisa que sei sobre ela é a mesma coisa que você. Porque o interesse na agente?

BRAD (sorri) – Não é nada demais, eu a conheci e achei ela uma garota legal. Só isso!

JULIE – Interessado nela, Russell?

BRAD (sem graça) – Não, não! Eu só queria saber mesmo sabe?

Brad se afasta da mesa de Julie devagar.

JULIE (faz uma expressão curiosa) – Tudo bem então. (ri)

Brad se vira e sai de cena. Julie volta a encarar sua folha, dá risada e começa a digitar algo em seu computador.


CENA 3 – SALA DE TREINAMENTO DA CDA – INT. DIA

Tom está com luvas de boxe socando um grande saco de areia que está pendurado no meio da sala de treinamento.
A imagem foca bem em seu rosto, ele está suado e passa as mãos pela testa. Mantém seu olhar concentrado no saco. Ele respira fundo e volta a socar o saco.
Um flashback se inicia.

CENA 4 – FLASHBACK, RUAS DE WEST MONTAIN (cena em PB) – EXT. DIA

Tom caminha por uma rua deserta, o vento está forte. Ao longe podemos ver um homem em pé, parado no meio da rua, o encarando. Tom se aproxima dele.

JAMES – Filho agradeço por você ter vindo.

TOM – Era o mínimo que eu devia fazer, eu não podia abandoná-lo.

JAMES – Você sabe que uma vez lá, você não pode sair.

TOM (engole seco) – Sim, eu sei pai. Mas foi o que eu disse, se você está disposto a fazer isso, eu simplesmente não posso deixá-lo enfrentar tudo sozinho. Somos uma família, ou pelo menos, o que restou dela.

JAMES – Já se despediu?

TOM – Sim.

JAMES – Imagino que tenha sido difícil pra você deixar Alicia, sei o quanto gosta dela.

TOM – Tá bom pai! (irritado) Vamos esquecer isso? Pra que falar sobre esse assunto se ela nunca será minha? Eu não vou voltar, se eu fizer isso colocarei todos em risco e não quero que a machuquem.

JAMES (segura nos ombros de seu filho) – Se algo der errado enquanto estivermos lá, só me prometa que não vai fazer nada sozinho.

TOM (encara o pai ) – O que poderia dar errado?

Tom e James trocam olhares.


CENA 5 – SALA DE TREINAMENTO DA CDA (cena colorida)/PRISÃO ANTIGA (cena em PB) – INT. DIA

A imagem volta para Tom suado, cansado e respirando alto e forte. Ele fita o saco de areia sério.

TOM – O que poderia dar errado? (debocha de si mesmo) Eu não fazia ideia do que ia acontecer. Tantas informações. (pensativo)

Flashback

Pessoas correm de um lado para o outro desesperadas, tiros são ouvidos, algumas pessoas próximas de Tom são atingidas. Há sangue por todo o lado, Tom sustenta um olhar assustado enquanto procura por seu pai.

TOM – Pai! Pai! (se joga no chão ao ouvir um tiro) – PAI!

Tom se levanta e corre sem direção, entra em uma das salas da antiga prisão e encosta na parede ofegante.

Ouve vozes ao longe.

JAMES (voz) – Você pode fazer o que quiser comigo, mas nada, NADA, vai tirar a culpa de você!

HOMEM (voz) – Culpa? Eu não sinto remorso algum em ter a matado, lentamente e dolorosamente.

Tom corre na direção das vozes, no caminho ouve um tiro, o que faz com que aumente a velocidade. Ao chegar na sala encontra seu pai em uma mesa amarrado, machucado e com o peito sangrando.

TOM (com lágrimas nos olhos) – Pai, o que fizeram com você? (o desamarra).

JAMES (fala com dificuldade) – O assassino de sua mãe, eu finalmente... Finalmente o encontrei, ele... Eu tentei matá-lo, mas seus homens me pegaram.

TOM – Eu disse para você não sair do quarto, eu disse para você ficar comigo, porque não me ouve?

JAMES – Eu precisava encontrá-lo. (tosse)

TOM (olha a sua volta) – Eu tenho que encontrar uma maneira de te tirar daqui.

JAMES – Não adianta filho.

TOM – Pai...

JAMES (o interrompe e segura seu rosto) – Filho me ouça, eu não vou conseguir sair daqui. Lembra do que eu disse sobre se algo desse errado? Pois bem, quero que volte para West Montain, quero que proteja as pessoas que você ama. Tiraram tudo de você, não deixem que tirem mais nada.

TOM (chorando) – Mas se eu voltar vou deixar todos em risco, o senhor mesmo disse isso!

JAMES – Sim, mas se não voltar, todos estarão perdidos. Eu descobri algo, muito sério referente a CDA, eu vou te contar. Mas me prometa, me prometa, que você só vai dizer a alguém, se isso vier a acontecer. (tosse sucessivamente e para) Me prometa!

TOM – Eu prometo pai! O que é?

James faz um sinal para o que filho se aproxime, ele cochicha algo em sua orelha, podemos ver a expressão de surpresa no rosto de Tom ao saber da revelação.

TOM (atônito) – Tudo bem. Eu vou voltar.

JAMES – Eu amo você meu filho! (segura as mãos de Tom) Não se esqueça que tudo sempre foi um grande plano.


CENA 6 – PRÉDIO DA CDA, SALA DO CHEFE – INT. DIA

William está na sua mesa anotando algo quando batidas são ouvidas em sua porta.

ALICIA – Chefe? (com apenas a cabeça aparecendo pela porta)

WILLIAM – Entre, por favor!

Alicia caminha lentamente e segura algo nas mãos.

ALICIA – Eu tenho algo para lhe mostrar, achei na bolsa Curtis enquanto estava hospitalizada.

Alicia joga o cartão para o chefe, William analisa o cartão atento.

WILLIAM – Então isso seria mais uma prova de que ele é culpado no caso da pasta amarela.

Alicia vai para perto do chefe, para ao seu lado apoiando as mãos em sua mesa.

ALICIA – Eu não teria tanta certeza. Pelo o que sei, Curtis sempre suspeitou da secretária estagiária de Frank Bennett, a senhorita Julie Campbell. Sabe, eu estava pensando, será que ela não armou tudo isso? Porque eu não consigo acreditar que o Curtis faria algo para prejudicar a CDA.

William fita a Collins sério.

WILLIAM – Prossiga agente, quero entender a sua linha de raciocínio.

Alicia sorri e anda pela sala enquanto começa a explicar.

ALICIA – Eu falei com Curtis a respeito do cartão da Campbell. Julie não está aqui a muito tempo, estuda medicina a noite e trabalha para o Bennett durante o dia. Curtis a conheceu porque ela mora no mesmo prédio que ele. Ele achou esse cartão no meio das coisas dela e no dia em que foi pego pelos supostos policiais, ele estava indo encontrá-la na faculdade para conversar com a garota e tentar descobrir informações.

WILLIAM – Eu não sei...

Alicia puxa uma cadeira e se senta de frente para o chefe.

ALICIA – Chefe, temos que analisar todos os pontos, isso não pode ser ignorado e você sabe que precisamos dele. Ele é um dos melhores que temos.

WILLIAM – Mas cometeu um crime e possuímos provas!

ALICIA – Quem garante que não armaram isso pra ele? Nossos inimigos estão de olho em cada passo nosso, CADA PASSO, eu posso provar. Então não o chame de criminoso!

WILLIAM – O que você pode provar?

ALICIA – Preciso que me siga e que deixe o cartão aí!

Alicia lança um olhar significativo com o chefe e os dois saem da sala.


CENA 7 – ESCONDERIJO DE JARED – INT. DIA

Vários corpos são vistos dentro de cabines de vidro, todos estão ligados a fios e com os olhos fechados.

A câmera percorre o ambiente mostrando o local sombrio.

No fundo da sala, vemos Jared, ao seu lado um homem está deitado na mesa de ferro.

JARED (com um sorriso malévolo) – Lá vamos nós! (ri)

Jared pega seu facão e o passa no braço do cobaia que grita. O sangue começa a escorrer e Jared aperta o Chip Life no corte do cobaia. Ao entrar em contato com sangue, o chip começa a copiar os dados genéticos do homem.

Jared sorri, enquanto o cobaia fecha os olhos lentamente, após isso, ele segue até os computadores e observa os dados do homem. O cobaia abre os olhos e Jared se aproxima dele.

JARED (dando leves tapas na cara do cobaia) – Muito bem minha cria, muito bem!


CENA 8 – PRISÃO DA CDA – INT.DIA

Curtis está sentado no fundo da cela quando Tom se aproxima e a abre, caminha na direção do amigo e se senta a sua frente.

TOM – Imagino que deva estar cansado de ficar aqui.

CURTIS (dá um meio sorriso) – Ficar em uma prisão não é exatamente o tipo de lugar mais divertido da Terra.

Tom o encara.

TOM – Preciso lhe perguntar algo, Alicia me contou que você suspeitava de Julie Campbell e devido as circunstâncias em que nos encontramos, preciso do máximo de informação que conseguir sobre ela.

CURTIS (com um semblante sério) – Porque eu deveria ajudar?

TOM – Talvez, porque nós estejamos considerando o fato de que armaram para você. Quem sabe assim você não sai dessa cela e volta a trabalhar conosco.

CURTIS – Acha mesmo que eu voltaria a trabalhar para CDA após TODOS duvidarem da minha lealdade?

TOM (ri e balança a cabeça) – Sinceramente? Acho. Você não é o tipo de cara que deixa um caso em aberto e você não faz ideia da bola de neve que isso está se transformando. Você com certeza vai querer solucionar isso. E aí? Vai ajudar ou não?

Curtis coça a cabeça indeciso, encara o amigo que o olha fixamente e pigarra.

CURTIS – TÁ! Eu conto!

TOM (comemora) – Isso!

CURTIS – Lá vamos nós, com: (afina a voz) “Tudo o que você precisa saber sobre Julie Campbell!”

TOM – Cara, isso ficou muito gay.

CURTIS (rindo) – Não enche Ward!


CENA 9 – CORREDORES DA CDA – INT.DIA

William e Alicia andam lado a lado pelos corredores do prédio, falando em um tom baixo.

WILLIAM – Não sei se concordo com essa sua maluquice... Mas no cartão está gravando tudo o que acontece?

ALICIA – Sim. Ele sabe de cada coisinha nossa.

WILLIAM - Droga! A situação está pior do que eu pensei. 

ALICIA – Essa minha ideia, não é garantida. Mas nós sabemos que gente como ele frequenta esses lugares.

WILLIAM (parando na porta da sala dele) – Isso é arriscado Collins.

ALICIA (o encara desafiadora) – Acho que já está na hora de alguém puxar as rédeas por aqui, alguém tem que tentar encarar Jared Marshall e eu vou fazer isso.

William a fita por breves segundos. 

No plano americano é mostrado sua hesitação ao encostar na maçaneta.

William suspira e entra na sala seguido de Alicia.

WILLIAM – Tem certeza? E como vai identificá-lo?

ALICIA – É impossível saber qual a sua verdadeira face, suas máscaras são perfeitas. 

WILLIAM (se senta em seu lugar e tamborila os dedos em sua mesa) – Sim, ele é um grande cientista.

ALICIA - Como sabe disso?

WILLIAM - Essa é uma das poucas informações que sei sobre ele.

Foco no cartão Marshall, onde a câmera escondida está voltada para o teto. Apenas a próxima fala de Alicia é ouvida enquanto o foco vai para a microcâmera do cartão.

ALICIA – Enfim, de qualquer forma, eu vou até o cassino Royal's tentar encontrá-lo. 


CENA 10 – ESCONDERIJO DE JARED – INT.DIA

Jared olha atentamente para o a tela localizada no centro de seu enorme painel, a imagem mostrada é de um teto branco, mas é possível ouvir a voz de Alicia soando baixo pelo ambiente.

O semblante de Jared é sombrio e a imagem é focada em seu rosto enquanto apenas sua voz é ouvida.

JARED (apenas voz) – Cassino Royal's? (ri) Ela mordeu a isca mais cedo do que eu esperava... Vai ser bom te ver agente.


CENA 11 – EDIFÍCIO VIOLET – INT.DIA

Tom anda pelos corredores de um andar do imenso prédio, olha para todos os lados até chegar na frente de uma porta, vasculha seus bolsos e tira um pequeno ferro.

TOM – Espero que isso dê certo.

Tom coloca o ferro na fechadura e após alguns segundos consegue abrir a porta.

Ele entra e observa o apartamento. A câmera mostra alguns porta retratos, onde é possível ver Julie com outras pessoas.

TOM (fala baixo) – Onde será o escritório que Curtis me disse? (pensativo)

Caminha lentamente e abre algumas portas até que finalmente acha o lugar.

Tom abre as gavetas e começa a revirar todos os papéis que encontra pela frente. Segue para o outro lado do escritório e abre outras gavetas, retira pranchetas, canetas e envelopes antigos, até que um deles chama sua atenção.
Close no envelope que está escrito “Campbell 1245”. Ao abrir o envelope, retira uma foto onde está Julie com várias pessoas parecidas com ela.

TOM – Devem ser as pessoas de sua família (diz enquanto observa atentamente a fotografia).

Sua expressão muda e Tom aperta os olhos.

TOM – Espera um instante. Esse homem não é... (foco no homem na foto).

Tom corre e abre o notebook localizado em cima da mesa do escritório e o liga.

TOM – Vamos! Rápido, eu não tenho o dia todo droga! (encara a tela)

O computador finalmente termina de iniciar, Tom abre o navegador e digita “Campbell Security”. Várias informações e imagens aparecem na tela e uma delas chama a sua atenção, ele clica e ao abrir verifica olhando para a tela e para a foto achada no envelope, que se trata do mesmo homem. Na foto do computador, Julie está ao lado do homem.

TOM (ri sarcástico) – Ela é simplesmente filha do dono da maior empresa de armas e equipamentos de segurança. Ela é rica, não precisa trabalhar na Bennett, então porque faz isso?

Câmera foca na expressão confusa de Tom, ele fecha o notebook e sai do escritório.


CENA 11 – RUAS DE WEST MONTAIN – EXT. NOITE

Imagens da cidade são passadas, carros, pessoas caminhando, faróis, pessoas rindo, lojas. Tudo muito iluminado, até que os takes rápidos de imagens para na frente de um cassino.


CENA 12 – CASSINO ROYAL’S CLUB – INT. NOITE

O local está lotado, takes rápidos se alternam em pessoas distintas que estão se divertindo. A câmera percorre o imenso salão e chega no fundo dele, onde está Alicia sentada atrás de uma mesa de pôquer, segurando uma taça de champanhe e a sua frente está Jared segurando uma taça de vinho. Há outros homens na mesa.

ALICIA – Quando vamos começar essa rodada?

JARED – Você escolhe quando, é a única mulher da mesa.

ALICIA (sorri) – Olha só! Quanta gentileza de sua parte... Como é mesmo seu nome?

JARED - Marshall, apenas Marshall.  

ALICIA (dá um leve se sorriso e o encara) Oh Marshall! Como não notei antes? Se eu o conhecesse poderia até dizer que esse agrado estava regado de falsidade.

Os homens da mesa riem, Jared bebe um pouco de seu vinho e coloca a taça na mesa, rindo em seguida.

JARED – Veja só, mas que piadista a senhorita é.

Alicia pisca para Jared e acena para uma mulher.

ALICIA – Por favor traga o baralho, queremos começar a jogar aqui.

A mulher sai e Alicia bebe seu champanhe. Seus olhos não desgrudam de Jared.

A mulher volta com o baralho, distribui a quantidade correta de cartas para cada jogador e deixa a mesa. Os jogadores arrumam suas fichas em silencio e o jogo começa.

HOMEM 1 – Eu passo.

HOMEM 2 – Eu também.

Alicia sustenta seu olhar firme com Jared. Quando chega a sua vez, mexe em um punhado de suas fichas e coloca no monte junto com as dos outros jogadores.

ALICIA – Eu aposto quinhentos dólares.

JARED – Eu dobro.

Alicia e Jared continuam se encarando enquanto os outros jogadores da mesa desistem da rodada, restando só os dois.

ALICIA – Você está pronto?

JARED – Eu nasci pronto. (ele coloca suas cartas na mesa mostrando seu jogo) Flush!

ALICIA (coloca suas cartas na mesa) – Royal Flush! (fala vitoriosa)

Jared sorri enquanto ela recolhe o monte de fichas para si. Um garçom se aproxima da mesa com um bloco de papel.

GARÇOM – Desejam algo senhores e senhorita?

JARED – Eu quero um JägerBomb.

ALICIA – Um Milk Punch por favor.

O garçom vai para perto dos outros homens para que eles possam fazer seus pedidos também. Alicia e Jared começam a conversar.

ALICIA – Um cara como você, com toda essa reputação, não teme em ficar perambulando por aí? 

JARED - E porque deveria me preocupar? 

ALICIA - Dizem que há agentes te procurando, eles podem acabar te prendendo agora que sabem quem você é de verdade.

O garçom se aproxima da mesa com as bebidas, ele serve Alicia e em seguida Jared. 

JARED - O que você está insinuando?

Alicia soca a mesa irritada.

ALICIA - Sem rodeios. Você sabe muito bem do que eu estou falando.

Jared ri escandalosamente da cara de Alicia. Os homens na mesa lhe acompanha. Jared toma um gole de seu drink, dá um meio sorriso para Alicia e fecha a expressão, se levantando de seu lugar e esticando seu corpo sobre a mesa até ficar próximo do rosto de Alicia. 

JARED – E quem lhe garante que esta é a minha verdadeira face? Eu tenho muitos disfarces e muitas identidades. Minha cara, Alicia Collins.

Alicia o fita desconfiada. Jared se afasta, sentando novamente em seu lugar.

JARED (debocha) – Ah qual é? Não pensou que eu ia simplesmente dar tudo de bandeja para você né?

Alicia sorri.

ALICIA – Claro que não, eu já desconfiava. Sei que é esperto o suficiente para não estragar seu jogo. Aliás, você ama um joguinho não é mesmo? Manipular, mentir, mexer com a mente das pessoas, ou até mesmo arranjar cobaias. O quão doentio você é Jared?

Jared sorri, tamborila os dedos na mesa e ergue uma sobrancelha.

JARED – A pergunta correta é: O quão doentio eu posso ser?

Alicia, o encara perplexa.

Outra rodada se inicia, o silencio se instala e novamente os participantes desistem, até que resta Alicia, Jared e um outro homem. Eles colocam suas cartas na mesa e falam o nome de sua sequencia de cartas.

HOMEM – Flush!

ALICIA – Full House!

JARED – Royal Flush!

Alicia toma seu drink enquanto Jared puxa as fichas, para juntar com as que ele já tinha.

JARED – Não se pode ganhar toda vez, não é mesmo?

ALICIA – Estou completamente de acordo. Mas nunca é tarde para uma revanche não é mesmo Marshall? Você está aqui para isso, uma revanche, só não sei com quem ou para que, mas está.

Jared empurra seu copo para a frente lentamente.

JARED – Eu acho que certas coisas devem ser resolvidas no seu devido tempo Collins, enquanto isso porque não aprecia o som ambiente?

Jared estala os dedos e tiros começam a atravessar os vidros do cassino, as pessoas correm desesperadas enquanto homens cercam a mesa de Alicia.
Jared se aproxima e passa a mão sobre as bochechas de Alicia.

JARED – Foi uma honra conhecer uma agente tão bonita. Não tinha mulheres assim na cidade na última vez que estive aqui.

Alicia retira as mãos dele de seu rosto e chuta um capanga que vinha por trás para pegá-la. Jared sai correndo e se mistura entre as pessoas assustadas, Alicia tenta persegui-lo, mas é cercada por vários de seus cobaias e capangas.

ALICIA – Eu não tenho tempo de brincar com vocês crianças.

Alicia parte para cima de um dos capangas lhe aplicando um soco no rosto, vira um mortal para trás ficando em cima da mesa de pôquer. Dois cobaias vão em sua direção, ela pula entre os dois passando um braço no pescoço de cada um. Ela dobra o braço com força e com isso acaba apertando suas gargantas, enforcando-os.

Ela sobe de volta na mesa e chuta todas as fichas em direção a mais capangas que vinham em sua direção. Eles escorregam ao pisar nelas e Alicia corre sendo seguida por outros homens.


CENA 13 – RUAS DE WEST MONTAIN – EXT. NOITE

Ela chega na calçada e olha para todos os lados. Ao longe vê Jared fugindo dentro de um carro preto.

ALICIA (irritada) – Não acredito que ele conseguiu fugir! DROGA!

Ela suspira e toma fôlego ao observar a aproximação dos homens. Corre em direção ao estacionamento e entra em seu carro, o ligando depressa e saindo do local. Capangas entram em carros também e a seguem.

Alicia tira o celular do bolso, aperta um número da discagem rápida e se concentra na pista.

ALICIA – Alô! Tom sou eu! Preciso que ache a localização do Jared para mim e me ajude a interceptá-lo. Ele está em um Dodge Charger preto de placa CBK234. 


CENA 14 – RUAS DE WEST MONTAIN – EXT. NOITE

Tom está sentando dentro de seu carro com um pequeno computador no colo, um mapa é visto no visor. Ele digita as informações passadas por Alicia no local indicado e algo aparece.

TOM – Isso!

Ele deixa o computador no banco do passageiro, liga o carro e pega seu celular, retornando a chamada de Alicia.

TOM – Achei! Ele está na estrada River Blue quilometro 8. Vou pegar um atalho e calculo que o pego no quilometro 14, consegue chegar a tempo?

ALICIA (apenas voz) – Sim.

TOM – Então nos encontramos lá.

Tom desliga o celular e acelera, saindo do local.


CENA 15 – CASA DOS BENNETT – INT. NOITE

Frank e Diana estão deitados na cama, conversando.

FRANK – E foi estranho, toda a reação do Paul, eu realmente não esperava isso.

DIANA – Nunca poderia imaginar que isso estava acontecendo na festa, porque não me avisou?

FRANK (passa a mão carinhosamente no rosto da esposa) – Você estava tão feliz e empolgada, não queria te encher com meus problemas.

DIANA (sorrindo) – É por isso que eu amo você, é tão compreensível! (aperta as bochechas de Frank)

Diana empurra as cobertas para baixo e se senta, Frank faz a mesma coisa que ela.

DIANA – Mas e agora... O que pretende fazer?

FRANK – Dizer que eu não quero mais ter sociedade com ele. Não tem mais jeito, ele está pirado e pode estragar toda a reputação da Bennett.

DIANA – Mas se ele sair precisará de um substituto.

FRANK – Eu já sei quem eu quero ao meu lado.  Brad Russell é o mais indicado para o cargo, ele é jovem, competente e nunca me deu dor de cabeça.
Diana mexe a cabeça em concordância, a câmera foca em seu rosto, ela aperta os olhos e bufa.


CENA 16 – RUAS DE WEST MOUNTAIN – EXT. NOITE


(musica começa)

A imagem altera para o carro em que está Jared, o carro em que está Alicia e o carro em que está Tom.

Tom e Alicia se comunicam pelo celular, com o alto falante ligado. A câmera mostra Tom dentro de seu carro concentrado no notebook que está rastreando Jared

A imagem muda para Alicia também focada na pista.

ALICIA – Só se for agora!

Os takes se alteram entre as expressões de Alicia e Tom, enquanto aceleram o carro, cada um vem de um lado da pista, sendo que Tom vem pela contramão. A câmera mostra ele.

TOM – Ele não tem chance.

A imagem volta para o ambiente, onde é mostrado a pista e os carros se aproximando, quase se colidindo. O carro de Jared desvia do carro de Tom, entrando na pista contrária e logo voltando para a pista que estava anteriormente. Alicia acelera atrás do carro de Jared.

Outro carro se aproxima, o dos capangas que perseguiam Alicia. Tom dá um cavalo de pau e acelera em direção ao carro de Jared. No carro dos capangas, um deles fica com o corpo para a fora da janela e com uma arma em punho, a câmera mostra o pneu traseiro esquerdo de Alicia que é onde ele mira, atirando e o acertando em cheio.

O carro de Alicia gira na pista, mas ela consegue freá-lo a tempo. A voz de Tom é ouvida no celular.

TOM (apenas voz) – Aly, você tá bem?

Alicia pega rapidamente o celular e o responde.

ALICIA – Estou, vá atrás dele eu cuido desses capangas idiotas.

Alicia dá um tapa no porta-luvas e retira uma arma de lá. Tira metade do corpo para fora da janela e atira na roda dos carros de capangas que passavam por ela.

ALICIA (atira) – Eu falei que não queria brincar crianças, eu falei! (atira novamente).

A imagem muda para o carro de Tom, a câmera mostra seu velocímetro com a seta se mexendo entre os 280k/h e os 300k/h.

A cena volta para parte externa, o carro de Tom está quase chegando perto do carro de Jared, quando estão quase lado a lado a imagem muda para Jared que dá um sinal ao homem que está dirigindo.

JARED – AGORA!

A cena retorna para a parte externa pela última vez, quando o carro de Tom está prestes a encostar no Dodge Charger, o carro de Jared vira com tudo para o lado direito da pista se embrenhando na mata que há em volta.

Tom que devido à velocidade segue em frente na pista, freia bruscamente, desligando o carro no acostamento. 

(musica para)

O único som ouvido é o da sua respiração forte. Ele pega o celular, aperta um botão e o coloca na orelha.

TOM – Ele fugiu Aly. (respira) Ele fugiu!

Câmera foca em seu rosto suado, ouvimos sua respiração ofegante pela última vez e a cena é cortada com a tela ficando preta.


CENA 17 – PRÉDIO DA CDA – INT. DIA

A cena mostra Curtis e William conversando ao longe, enquanto Alicia e Tom se aproximam.

TOM – Vejo que alguém saiu da cadeia! (dá um leve soco no ombro do amigo)
Curtis ajeita a mochila que tem nos ombros e devolve o soco.

CURTIS – Voltei e pronto para cuidar do caso Campbell.

ALICIA – Quanta empolgação!

A câmera mostra William se virando para Tom para lhe contar algo.

WILLIAM – Eu tomei a liberdade de mostrar o que você encontrou para o Curtis, acho que ele é o melhor agente indicado para continuar atrás de informações sobre Julie Campbell.

TOM – E eu não discordo nem um pouco disso (sorri).

ALICIA (abraça Curtis) – Seja bem vindo de volta ao time!

Alicia se separa do abraço.

WILLIAM – É, seja bem vindo de volta agente Hall.

Curtis sorri.

CURTIS – Vai ser uma honra ajudar, é muito bom estar de volta.

TOM – É muito ter você de volta cara.

Os dois dão um “toquinho” com as mãos, em uma sequencia inventada por eles.

CURTIS – E Jared?

Alicia o encara.

ALICIA – Ele fugiu ontem, durante a nossa perseguição. A única coisa que sei é que, talvez, ele estivesse disfarçado no cassino. Eu realmente achava que era ele de verdade na minha frente.

TOM – Mas quem disse que não era ele de verdade? Ele?

Alicia afirma, balançando a cabeça.

CURTIS – Ele pode estar blefando.

ALICIA – Ou pode estar falando a verdade, talvez nós nunca saberemos a verdadeira identidade dele.

CURTIS – Como vamos prender um cara desse?

William olha para os três sério.

WILLIAM – Com muita paciência, trabalho e muita, muita paciência!


CENA 18 – ESCONDERIJO DE JARED – INT. DIA

Jared está sentado em sua poltrona, do outro lado da sala de computadores, seu painel está desligado e ele fuma um charuto.

Um barulho de celular é ouvido, a câmera mostra o aparelho sonoro e a imagem em volta do objeto é desfocada só para destacar o celular.

Jared caminha em direção a mesa em que se localiza o celular soltando fumaça pelos lábios, pega o objeto e o coloca na orelha.


(musica começa em volume baixo)

JARED – Pode falar.

A imagem foca em seu rosto enquanto uma voz feminina é ouvida.

MULHER (apenas voz) – Fiquei sabendo que Frank não quer mais Paul Marshall como sócio e que seu mais novo braço direito será Brad Russell. Porém, Brad anda tendo ligações com a filha de William e sabe, isso pode facilitar e muito o acesso dos agentes a informações da empresa, acho melhor tomar alguma providência em relação ao assunto. O relógio corre Jared! Eu te ajudo, você me ajuda, se quer tanto essa revanche acho melhor começar a brincar de marionete humana logo. Aquela Alicia é a pessoa ideal para isso, o quão confusa ela pode ficar a ponto de não confiar em ninguém hum? Precisamos dela frágil, ela é o pilar da equipe, se cair buuuum... Todos caem com ela!

A mulher desliga e tudo o que é ouvido é o barulho de “PI PI PI“ do celular. 

(musica aumenta)

Jared também desliga o aparelho e aperta o celular na mão com força, com uma expressão de ira no rosto, atira o celular longe.

JARED – Isso não vai ficar assim! ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM!

Câmera foca no rosto de Jared que treme com os dentes trincados.

A cena é cortada e a tela fica preta

(musica para)
____



Elenco
Alicia Collins – Halle Berry
Jared Marshall – Fredric Lehne
Thomas “Tom” Ward – Nick Carter
Julie Campbell – Emma Lahana
Curtis Hall – Ross Thomas

Chefe William Knight – Will Smith
Katie Young Knight – Lucy Liu
Diana Dixon Bennett – Kimberly Wyatt
Frank Bennett – Adam Sandler
Brad Russell – Brian Littrell

Convidado Especial
James Ward – Tom Hanks


Trilha Sonora
Monster - Paramore (tema de abertura)
Gone Sovereign – Stone Sour
You’re Gonna Go Far, Kid – The Offspring

Produzido por:

Sonia Cury
Clayton Correia
Douglas Souza
Cristina Ravela


Criado por:

Sonia Cury

Isto é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com pessoas ou situações da vida real são meras coincidências. 

Realização



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