Agents:Revenge - 1x01: Piloto


CENA 1 – CIDADE DE WEST MOUNTAIN – EXT. NOITE

A série começa com uma visão aérea da cidade de West Mountain toda iluminada, buzinas, vozes, motores de carros, tudo se mistura.
De repente a imagem muda para as ruas da cidade, o som bagunçado muda para um barulho de gotas, caindo como conta-gotas, uma a uma, lentamente. A câmera muda de foco e começa a percorrer uma rua, como se fosse uma pessoa caminhando por ela, todas as casas estão com as luzes apagadas, apenas as luzes amarelas dos postes iluminam o ambiente. Os barulhos de gota aumentam um pouco a velocidade. A câmera volta pra visão superficial, porém continua subindo e foca no asfalto, nele há uma sombra que aparenta estar correndo, a câmera recua lentamente e os barulhos de gota ficam mais rápidos, com isso um par de tênis aparecem, pernas bronzeadas, um shorts preto e uma regata branca, logo o rosto de Alicia, ela está correndo em um ritmo frenético e com fones no ouvido, vira a esquina e entra em um beco, o barulho de gota acelera pela última vez. Ergue a cabeça e faz uma expressão de espanto, câmera foca no rosto dela. Alicia fecha os olhos fortemente, um barulho de tiro é ouvido e a imagem escurece completamente.






CENA 2 – CENTRO DE AGENTES – SALA DE TREINAMENTOS – INT. DIA

Tom luta com Alicia, os dois se encaram e ficam pulando diante do tablado ofegantes, logo partem um para cima do outro mostrando toda sua habilidade devido aos longos anos de treinamento.
Tom aplica um chute em Alicia que se defende com as mãos e rebate o ataque agarrando em sua cintura e o jogando contra o tablado caindo em cima dele.

ALICIA (ofegante) – Acho que ganhei de novo! (ri)

TOM (ofegante) – Eu não teria tanta certeza disso Collins.

Tom tenta virar Alicia para deixa-la presa sob o tablado, porém não consegue, a garota o imobiliza.

CURTIS (entrando na sala) – Hey! O que temos aqui? (faz cara de espanto e sorri) Tá perdendo pra Alicia de novo Ward? Não é possível! (da risada)

TOM (se levantando) – Que nada eu deixei ela ganhar.

Alicia passa segurando uma garrafa de água gelada, beberica um pouco e se aproxima deles.

ALICIA (debochando) – Ah tá bom! Conta outra Tom!

Os três riem.

CURTIS – Agora falando sério, como está a situação com o Jared Marshall?

ALICIA – A polícia não sabe o que fazer, a CIA tentou caçar o cara e vários agentes morreram.

TOM – Exatamente! E agora todas as evidências indicam que ele está vindo para o Oeste dos Estados Unidos, ou seja, vai virar um problema nosso.

ALICIA (caminha até a parede, onde sua mochila se localiza pendurada em um gancho) – Temos que estar preparados para qualquer coisa entenderam? (pega a bolsa e se vira para os dois)

Tom e Curtis assentem com a cabeça.


CENA 3 – RUAS DA CIDADE – EXT. DIA



Imagens aéreas da cidade passam rapidamente. Foco muda paras as ruas de West Mountain.

Diana sobe a rua elegantemente (A câmera mostra a cena em slow-motion), com roupas de grife, bolsa brilhante, salto alto e cabeça erguida, encara a todos que vê com desdém e admira as vitrines das lojas enquanto caminha.
(A imagem fica em velocidade normal).
Julie anda um pouco atrás, meio atrapalhada devido as diversas sacolas de compras que segura no braço.
(musica abaixa)

DIANA – Mais rápido minha querida, não temos o dia todo! (a encara)

JULIE – Desculpe senhora.

DIANA – Não sei porque o Frank me convenceu a deixar a secretária estagiária dele fazer isso. Sei que você precisa de dinheiro e eu como tenho um bom coração ajudo os pobres e necessitados. (pausa) MAS QUE PACIÊNCIA EU TENHO QUE TER COM VOCÊ NÃO? (se irrita).

Encara Julie brevemente, se vira para uma vitrine e sorri ao ver um vestido.

DIANA – Vou querer esse! E você (olha para Julie) vê se não perde o ritmo ok?


Julie concorda com um breve aceno de cabeça, meio nervosa com a situação (musica aumenta) e sai andando junto com Diana em direção a entrada da loja.

DIANA – Vamos! Andando. Um, dois. Um, dois!

(musica para)


CENA 4 – CIDADE DE WEST MOUNTAIN – EXT. DIA

Um helicóptero sobrevoa a cidade, a câmera se aproxima e vemos o piloto, um homem todo de preto do seu lado. E ao fundo, sentado fumando um charuto, de terno preto e segurando uma maleta da mesma cor vemos Jared, sorrindo e soltando a fumaça lentamente.

JARED – Quem disse que eu não poderia conquistar tudo? (ri soltando mais fumaça)

Câmera foca no seu rosto. Jared faz uma expressão de raiva.

JARED – To de volta! E acho bom você se preparar, porque eu vou pisar em cima de você como uma barata. Você não perde por esperar.

A imagem mostra o helicóptero pousando em cima de um imenso prédio. Jared abre a maleta e lá dentro vemos um disfarce.
O piloto e o outro homem de preto que na verdade são seus capangas esperam do lado de fora do helicóptero.
Jared sai disfarçado e com um crachá de identificação pendurado no pescoço, nele contém um nome e sua função “Comercio Exterior”, ele vai caminhando acompanhado dos dois homens e um outro o espera na porta do terraço para entrar, podemos ver que é Brad Russell.

BRAD – Bom dia! O presidente Frank está te esperando na sala dele senhor. Vou leva-lo até lá.

JARED (com expressão misteriosa) – Claro! Eu lhe acompanharei.

Brad sorri e faz sinal para que o sigam, vai um pouco na frente dos demais.

Jared se entreolha com seus dois capangas e ambos sorriem maldosamente.

Continuam caminhando pelos corredores e se deparam com uma porta fechada e uma placa nela que diz “Frank Bennett”. Brad dá espaço e eles entram na sala.

FRANK – Paul! Hey que bom que veio! (sai de sua mesa e vai cumprimenta-lo)

Os capangas ficam parados perto da porta e Frank apenas dá um aceno a eles.

JARED/PAUL – Claro que viria, ainda mais depois de saber que o Chip Life está funcionando perfeitamente bem. Aliás é por isso que estou aqui.

FRANK (sorri) – Então, vamos falar de negócios. (volta para sua mesa). O Chip Life foi testado apenas em animais e os resultados foram 100% satisfatórios, conseguimos controlá-los de maneira incrível. 

JARED/PAUL – Hum, interessante! Controlá-los como?

FRANK – Os animais com Chip Life obedeciam aos nossos comandos feitos na base de estímulos. (abre uma gaveta e estende um maço de cigarro) Aceita?

JARED/PAUL – Sim! (Pega o cigarro e um isqueiro que tem na mesa e o acende) Então, se o Chip Life fosse testado em humanos...

FRANK – Possivelmente chegaríamos a controlar a raça humana, mas nunca fizemos testes em humanos e é arriscado fazer isso, cobaias que querem arriscar a própria vida é quase impossível de se encontrar.

JARED/PAUL – Mas já pensou nas vantagens e nos lucros que obteria se pudesse fazer isso?

FRANK – E incentivar os líderes políticos a comprar esses chips em massa e começarem a 3ª guerra mundial?

JARED/PAUL – Não seria de fácil acesso assim Frank! Cada chip valeria milhões, bilhões e você teria acesso aos dados oferecidos pelo Chip Life, dessa forma saberia em quem estaria sendo usado o chip.

FRANK – Eu seria ameaçado constantemente... (passa as mãos no rosto rapidamente e suspira) Não posso avançar com isso e nem levar essa ideia a níveis internacionais.

JARED/PAUL – Você é um empresário e inventor de sucesso, todos os seus planos e sonhos que se concretizaram deram certo, porque isso não daria Bennett?

FRANK – Porque se cair em mãos erradas eu estarei ferrado! Não posso manchar a imagem da Bennett Enterprises.

JARED/PAUL – Me deixa seguir com as pesquisas do Chip Life, tentarei aplicar em humanos e prometo que isso ficará por minha conta e risco, não mancharei o nome de suas empresas.

Frank passa a mão no cabelo nervoso com a ideia.

FRANK – Eu não sei.

JARED/PAUL – Sou seu braço direito lembra? Não vou prejudica-lo e mesmo se quisesse não te ferraria, você tem todas as evidências ao seu favor na sua mão.

FRANK (pensativo) – Ok! Vá até os laboratórios que temos aqui no subterrâneo, lá estão todas as pesquisas. Por favor, não deixe que isso caia em mãos erradas meu amigo.

Câmera foca no rosto de Jared.

JARED/PAUL – Pode confiar em mim, não vou te decepcionar.


CENA 5 – CENTRO DE AGENTES(CDA): SALA DO CHEFE – INT. DIA

KATIE (impaciente) – Pai, eu treinei, treinei por anos. Sou melhor do que muitos aqui e senhor sabe disso muito bem.

WILLIAM – Eu sei minha filha! Mas não posso por você em risco.

KATIE (bate na mesa) – Eu não sou uma garotinha, o senhor devia saber disso, não pode me proteger a vida toda!

WILLIAM (se levanta, irritado também) – ENQUANTO EU PUDER E ENQUANTO FOR POSSÍVEL EU VOU PROTEGER VOCÊ! OUVIU BEM?

KATIE – ME TREINOU TODOS ESSES ANOS PRA QUE? ME DIZ? PRA FAZER COM QUE EU FICASSE QUE NEM UMA IDIOTA, PERAMBULANDO A VIDA TODA NESSE PRÉDIO SEM UM OBJETIVO?

WILLIAM (suspira e senta de novo) – Você está sendo injusta comigo.

KATIE – Eu estou sendo injusta? Eu? (põe as mãos na cabeça e bufa pesadamente) Isso tem haver com o Adam não tem? Desde que ele morreu você ficou assim, protetor.

WILLIAM – Entenda Katie. Eu te adotei, vocês passaram a adolescência toda juntos e quando ele finalmente ganha a chance de entrar em ação, acaba caindo em uma armadilha e morre por erro de nossa equipe!

KATIE – Pai, qualquer um poderia ter morrido lá, até o senhor (se aproxima de William e encosta as mãos nas suas costas). Infelizmente foi o Adam, mas já fazem 6 anos, tá na hora de seguir em frente, não acha?

WILLIAM (meio atordoado) – Não posso! Não vou deixar... Não, eu não quero você nisso está bem?

Katie revira os olhos e volta para lugar onde estava anteriormente batendo os pés.

WILLIAM – Está bem? (fala mais alto)

KATIE – Tá! Mas só tenho mais uma coisa a dizer: Eu nasci pra isso e queira você ou não, um dia vai ter que utilizar meus serviços.


CENA 6 – RUAS DE WEST MOUNTAIN – EXT. DIA

Alicia e Tom estão em um carro, fazendo uma ronda nas ruas da cidade.

ALICIA – Isso me preocupa.

TOM – O que?

ALICIA – Esses rumores de que Jared Marshall está vindo pra cá. O cara já revirou os Estados Unidos inteiro e ninguém o pegou. Nem a CIA que se diz tão competente.

TOM – A CIA não tá com essa bola toda e além do mais se esse cara vier, a CDA vai entrar em ação, ou seja, nós!

ALICIA (tensa) – Eu não sei, eu só acho que tem muita coisa que não sabemos, porque ele estaria vindo pra cá?

TOM – Porque aqui é uma das cidades mais importantes do país?

ALICIA – Não Tom! Pensa! (abre o porta luvas e segura umas folhas) Pedi para o Curtis fazer uma pesquisa sobre a ordem dos ataques de Jared. Ele começou com as grandes e principais cidades do país, depois foi em mais algumas que tinham importância no mercado financeiro e só. Agora ele tá vindo pra cá, mas nós somos uma das principais cidades do país ao lado de Nova York e Los Angeles, porque ele não veio antes?

TOM – Porque ele deixa o melhor para o final? (sorri de lado)

Alicia o encara séria.

TOM – Tá bom parei! (pensa um pouco) Eu realmente não sei, tem tantas coisas, tantos motivos, dinheiro, armas, poder, documentos secretos, agentes duplos, ou até vingança.

ALICIA – Acha que ele teria contas a ajustar com alguém aqui?

TOM – Tudo é possível certo? Temos que cogitar todas as possibilidades.

ALICIA – Temos que nos preparar, porque se ele...

Alicia é interrompida por um barulho alto e estridente vindo de um dos becos, os dois se entreolham e saem correndo do carro.
Ao chegarem no beco, se deparam com um homem de aparência sombria e pálida, a boca espumando como se estivesse com Raiva, baba muito.

TOM – Senhor, se ajoelhe e coloque as mãos na cabeça.

O homem o encara curioso. Alicia fica ao lado de Tom observando a cena.

TOM – Senhor!

O homem começa andar na direção dos dois.

TOM (saca uma arma) – SE AJOELHE E PÕE AS MÃOS NA CABEÇA SENÃO EU ATIRO DROGA!

O homem continua vindo na direção de ambos. Tom mira na perna do sujeito.

ALICIA (entra na frente) – Não! Ele tá fora de si, você não vê?

Tom abaixa a arma e recua alguns passos para trás juntamente com Alicia.

TOM – Tá gênio, o que é que a gente faz?

ALICIA – Eu não sei!

O homem para de repente, respira fundo, passa as mãos na baba que tem no rosto, isso faz com que suas mãos fiquem meladas e pingando, encara os dois e começa a correr na direção deles.
Ao chegar perto, pula em cima de Tom e o derruba no chão, tentando mordê-lo. Tom tenta empurrá-lo, mas é inútil.
Alicia pega um pedaço de madeira que tem em cima de um latão fechado de lixo e bate na cabeça do homem que cai para o lado.
Tom se levanta.

TOM – Esse cara pensa que é o que? Um cachorro?

ALICIA – Eu não vou ficar aqui para descobrir, vamos!

Alicia e Tom saem correndo, o homem se levanta e começa a segui-los, mas para no meio do caminho, porque vê o crachá da CDA de Alicia caído no chão.


CENA 7 – CENTRO DE AGENTES: ANDAR TÉRREO – INT. NOITE

ALICIA (gesticulando) – Ele era horripilante, babava, tentou morder o Tom...

O chefe caminha em direção a saída do prédio e Alicia o acompanha.

ALICIA – Era como se não fosse humano sabe?

WILLIAM (Pensativo) – Entendo. Isso é só uma prova.

ALICIA – Do que?

WILLIAM – Ele está aqui, aquele filho da mãe está aqui!

ALICIA – Jared?

WILLIAM – Quem mais poderia ser?

ALICIA – Esse cara tá começando a me assustar.

WILLIAM – Você não deve sentir isso entendeu? Ele vai pegar a fraqueza de cada um e brincar com isso, não demonstre sua vulnerabilidade, isso só vai fazer com que ele se sinta estimulado a continuar.

ALICIA – Tudo bem senhor, farei o meu melhor.

WILLIAM – Sei que fará Collins, você é uma das melhores que temos.


CENA 8 – CASA DOS BENNETT: QUARTO – INT. NOITE

DIANA (segurando duas camisolas) – Qual acha melhor? Rosa bebê ou o azul-esverdeado?

FRANK (deitado na cama de olhos fechados) – Que diferença faz? Você vai dormir mesmo (diz sonolento)

Diana faz cara de indignada, pega um travesseiro e bate em Frank que se senta no mesmo instante atordoado.

DIANA – Dá pra prestar atenção em mim uma vez na vida.

Frank revira os olhos.

DIANA – É sério, será que você só sabe pensar na empresa? Eu estou aqui querendo sua opinião porque é importante pra mim, você devia fazer parte disso.

FRANK – Ok querida! Deixe-me ver.(olha para as camisolas que Diana segura) Hum.. O verde musgo (aponta)

DIANA – É azul-esverdeado querido!

FRANK (se enfiando debaixo das cobertas)- Tanto faz, não deixa de ser verde.

Frank fecha os olhos e Diana abre o armário, guarda a camisola rosa e se olha no espelho do armário, fica admirando o próprio corpo e a lingerie preta que usa, estica a camisola e a veste lentamente.

DIANA (se vestindo) – Aliás querido, pensei em fazer uma festa, mas nada muito chique, só uma reunião para as pessoas mais próximas, pensei em uns 800 convidados, afinal de contas não quero muita gente em casa.

FRANK (se levanta assustado e fala ironicamente) – Pessoas mais próximas? 800 convidados? E AINDA FINALIZA DZENDO QUE NÃO QUER MUITA GENTE! (ri forçadamente) EU MEREÇO, EU MEREÇO! (senta na cama novamente)

DIANA – Para de ser velho, uma festa faz bem para o astral e para a vida social, vê se aprende comigo. E 800 pessoas não são nada perto da longa lista de socialites que conhecemos bebê.

Diana se ajoelha na cama atrás de Frank e aperta seus ombros o massageando. Enquanto prossegue com isso chega bem perto de seu ouvido e diz:

DIANA (sussurrando) – Não se preocupe com isso, eu tomo conta de tudo, sei o quanto está atarefado e não quero ocupar sua mente com meus caprichos.

FRANK (sonolento e de olhos fechados) – Como você é compreensiva querida. Faça o que quiser... Por mim tudo pode acontecer... (cai na cama dormindo)

Diana sorri, dá um beijo na bochecha do marido, apaga a luz do abajur e se acomoda ao lado dele.


CENA 9 – ESCONDERIJO DE JARED – INT. NOITE

Na cena, a câmera percorre os corredores do local mostrado uma espécie de galpão antigo, com paredes descascadas e pouca pintura, alguns entulhos e ferros são vistos.
Ao entrar em uma sala a imagem se expande e com isso vemos um imenso painel localizado ao fundo dela, lá há diversas telas, uma ao lado da outra, é possível perceber que com elas Jared consegue monitorar a cidade. Além disso, há uma enorme bancada com vários painéis de controle, onde diversos botões de tamanhos e funções diferentes piscam, rodam e indicam algo em telas menores que se encontram próximas de alguns botões.
Jared está em pé e de costas para a câmera, aperta uns botões do painel e se concentra nas imagens quando é interrompido por um de seus capangas que abre a porta da enorme sala e o chama.

CAPANGA – Senhor?

Jared não se vira, câmera mostra seu rosto concentrado na tela, ele arqueia uma sobrancelha.

JARED – O que é?

CAPANGA – Parece que o Cobaia 3 se encontrou com os agentes da CDA hoje.

Jared se vira e faz sinal para que o capanga se aproxime e o mesmo lhe entrega um cartão.
A câmera mostra a cena de modo geral.

Assim que Jared põe as mãos no cartão, a câmera foca rapidamente no crachá de Alicia onde é possível ver sua foto 3x4, seu nome e uma sequencia aleatória de números embaixo de seu nome, depois a cena volta a acompanhar as expressões confusas de Jared.

JARED – Alicia Collins? Hum, interessante.

Jared pega o crachá dela e coloca em uma bandeja de vidro, onde uma luz acende e o crachá começa a passar pelo o scanner. Com o controle de voz, Jared começa suas investigações.

JARED – Computador, quero saber tudo sobre a agente Alicia Collins e com urgência.

A voz feminina instalada no computador toma conta do ambiente.

COMPUTADOR – Busca iniciada.

Jared se senta em sua cadeira giratória e se vira para os 10 capangas que estão lá o observando.

JARED – Querem saber de um segredinho?

Os capangas continuam com a mesma expressão, apenas se aproximam de Marshall.

JARED – Eu sei tudo da CDA, sei como funciona cada parte operacional dessa agência, mas acima de tudo eu sei como dominá-los.

Todos o encaram atentos.

JARED – Não vão achando que é fácil vencê-los, não é, eles tem preparo, treinam por anos.

Nesta parte, cenas em preto e branco mostram flashbacks que se passam na mente de Jared. E mostram as seguintes situações:
1 - Um jovem rapaz é mostrado, ele está com o uniforme de treinamento da CDA e luta ao lado de outros cadetes, ao ser chamado pelo treinador vai ao centro do tatame e derrota seu oponente em questão de segundos, o pegando pela cintura e o fazendo dar um giro no ar antes de cair de cara no tablado, o treinador o encara surpreso.
2 – Mostra o jovem ao lado de um pelotão, correndo em um sol escaldante e no meio do deserto, o treinador está a frente de todos e com um apito na mão.
3 – O rapaz está em um dormitório onde possivelmente era o alojamento dos cadetes da CDA, com um livro nas mãos e deitado na cama se concentra na leitura, a capa do livro é mostrada e podemos ver que está escrito “Regras, códigos e disciplina para um agente em treinamento”.
4 – O rapaz está escondido atrás de algo que se parece com uma trincheira, explosões ocorrem por todos os lados, ele já não usa mais uniforme de cadete e sim de agente. A sua volta outros agentes preparam o armamento, enquanto uns atiram em direção ao um enorme prédio protegido por uma extensa grade de ferro. Ele pega uma granada e a lança em direção ao portão que explode.

Enquanto essas imagens são passadas, a voz de Jared é ouvida e ele conta o que sabe sobre a CDA.

JARED – Pra provar seu valor você precisa surpreender, não se trata de ser bom, se trata de ser ótimo! Você tem que mostrar desde o primeiro treinamento que nasceu pra esse mundo e quando acha que isso é suficiente vem mais treinos intensos e puxados, sob sol, calor, frio, chuva, não importa, o horizonte nunca é o limite.
E você se aplica. Coleta e grava o maior número de informações que puder para sempre em sua mente, lê manuais horas a fio e repassa textos. 
Quando sua hora chega, você sabe que não pode errar, que todos contam com você e que qualquer problema que surgir será de sua responsabilidade.
O mundo desaba, sua energia está na reserva, mas sempre resta forças para mais um ataque.

O flashback acaba, câmera foca no rosto de Jared.

JARED – Mas isso nunca importa, as pessoas só enxergam um palmo a frente do nariz e só percebem que existem outros além delas mesmas quando precisam de alguma coisa.

COMPUTADOR – Dados no sistema, processo completo!

Jared suspira, se levanta e encara a tela de seu enorme painel, uma foto de Alicia aparece junto com seus dados.

JARED – Você não poderia ter caído nas minhas mãos em hora melhor agente Collins.

Dá um sorriso cínico.


CENA 10 – EDIFÍCIO VIOLET – INT. NOITE

Julie fecha a porta que dá acesso ao térreo do prédio com um leve chute. Ela tenta se equilibrar, pois uma de suas mãos está ocupada com uma pilha de folhas e pastas, na outra segura um livro e ao mesmo tempo tenta manter sua bolsa no ombro já que na suas costas se localiza sua mochila, cuja a alça grossa ocupa grande espaço de seus ombros, o que faz com que sua bolsa não fique quieta no lugar.
A garota coloca o livro no chão e aperta o botão do elevador impaciente, suspirando.
Curtis entra pela porta de acesso ao térreo, vem apenas com uma mochila nas costas e um celular bem moderno nas mãos, no qual está focado na tela.
Ele ergue sua cabeça e olha para frente rapidamente, volta sua atenção na tela, mas logo volta a fitar a sua frente de novo. Guarda o celular, ajeita o cabelo e encara Julie que ainda impaciente, espera o demorado elevador.
Curtis se aproxima sorrindo.

CURTIS – Hey!

JULIE (dá um leve pulo de susto) – Ah! Quem é você? Quer dizer... Oi? (confusa) Espera! Eu te conheço?

CURTIS – É! (passa a mão na nuca desconcertado) Não, mas eu moro aqui faz bastante tempo e nunca te vi. Vim porque ao que tudo indica, alguém tá precisando de ajuda né?

O elevador chega e os dois entram. Curtis pega toda a pilha de papéis. 

JULIE (sorri tímida) – Obrigada! Sou Julie Campbell, faz uma semana que eu me mudei. (estende a mão para cumprimentá-lo)

CURTIS (retribui o cumprimento) – Sou Curtis Hall, seja bem vinda ao incrível edifício cinco estrelas de West Mountain (diz fazendo poses engraçadas, exagerando na fala).

JULIE (rindo) – Ok! Agora sim sei que aqui só existem pirados, depois do senhor Thompson do sexto andar, não duvido de mais nada. 

Ela aperta no quinto andar e Curtis apenas a olha sorrindo.

CURTIS – Não me diga que ele já te chamou pro “Clube da Madruga”?

JULIE – Como sabe?

CURTIS (atordoado) – Ele é meu vizinho, toda sexta a noite uns velhos viciados em jogos vão para o apartamento dele. Esqueça sono, esqueça paz, esqueça tudo, é impossível com eles jogando pôquer. 

JULIE (rindo) – Ainda bem que não cheguei nisso ainda, mas to quase me viciando em algo para aliviar minha cabeça.

O elevador para no quinto andar, Julie olha para Curtis e fica surpresa quando o vê do seu lado. 

JULIE (gaguejando) – Vo...Vo... Você mora aqui nesse... andar?

CURTIS – Não, moro no de cima. Sou vizinho do senhor Thompson... Esqueceu?

JULIE (sem graça) – Oh, desculpe... Eu meio que esqueci.

CURTIS - Não tem problema! (sorri) E bem... Eu me ofereci para te ajudar e isso inclui guardar isso pra você, chega de papéis por hoje não acha?

JULIE (pegando as chaves) – É, eu acho que sim.

Ela abre a porta do apartamento e dá espaço para que ele entre, ainda há caixas espalhadas pela sala e poucos móveis.

JULIE – Não repara nisso, muita coisa ainda tem que ser feita.

CURTIS – Besteira! Não se preocupe, você acabou de se mudar Julie. E então, onde posso guardar isso?

JULIE (caminha até a frente de um corredor) – Siga em frente aqui (indica o corredor com o dedo indicador) e vire na segunda esquerda.

Curtis apenas segue no caminho indicado e abre a porta, se depara com uma espécie de escritório.
Câmera mostra bem o local, fazendo um giro rápido pelo ambiente.
Foco volta em Curtis. Ele se caminha lentamente até uma mesa de madeira e coloca a pilha de papéis com cuidado, só que quando vai tirar os braços de cima da pilha, uma parte cai no chão, ele se abaixa e começa a arrumar tudo.
Curtis, pega um papel onde está escrito em cima bem grande “Bennett Enterprises”, observa por um segundo e volta a juntar as folhas, assim que se levanta um cartão cai do meio delas. 
Camera foca no cartão, onde está escrito “Paul Marshall”, porém o “Paul” está rabiscado em cima de caneta, deixando apenas o “Marshall” visível. 
Ele paralisa e faz uma expressão misteriosa. Palavras ditas por ele, Alicia e Tom na segunda cena se repetem, como se estivesse se lembrando disso. Câmera foca em seu rosto enquanto ouvimos as vozes.

CURTIS – Agora falando sério, como está a situação com o Jared Marshall?

ALICIA – A polícia não sabe o que fazer, a CIA tentou caçar o cara e vários agentes morreram.

TOM – Exatamente! E agora todas as evidências indicam que ele está vindo para o Oeste dos Estados Unidos, ou seja, vai virar um problema nosso.

Curtis segura o cartão na frente de seus olhos e se concentra nas letras. Ouvimos apenas sua voz, como se falasse por pensamentos.

CURTIS (voz) – Paul Marshall? Quem seria ele? Qual a ligação da Julie nisso tudo?

JULIE (aparece na porta) – Hãm! (força uma tosse)

Câmera expande o campo de visão para que Julie apareça na cena.

Curtis com o susto se vira pra ela e aperta o cartão que está em suas mãos.

JULIE – Fuçando muito na minha vida? 

CURTIS – Não! (se abaixa e pega uma folha) – Eu só, só, fiquei curioso (nervoso).

JULIE (se aproximando) – Percebi. Estava concentrado lendo algo sobre mim? 

CURTIS – Aqui! (vira a folha para que ela veja) Trabalha na Bennett Enterprises?

Enquanto ela fala, guarda discretamente o cartão no bolso da jaqueta que veste. Câmera mostra rapidamente ele guardando o cartão, depois volta a focar em ambos.  

JULIE (suspira) – Sim, faz um mês, sou secretária estagiária. Recebo um dinheiro considerável para uma estagiária. É que eu faço faculdade de medicina a noite e trabalho lá para poder pagar aluguel, material... Essas coisas. 

CURTIS – Tem aula hoje? 

JULIE – Sim, mas não vou. Quero terminar de fazer algumas coisas. 

CURTIS (deixa a folha em cima da mesa) – Nesse caso é melhor eu ir...  

JULIE (o interrompe) – Não! (pausa) É... Não sem antes de tomar o café que eu acabei de fazer pra gente. Gosta de café né?

CURTIS (sorrindo) – Sim. Adoro!

Julie e Curtis trocam olhares e câmera foca no rosto de cada um mostrando bem isso, depois ambos riem e Julie se vira saindo da sala, Curtis a segue.


CENA 11 – CASA DE ALÍCIA – INT. NOITE.

Alicia está deitada no sofá de sua casa olhando para o teto e com fones no ouvido, está de shorts preto, blusa branca e uma expressão entediante no rosto, se senta, suspira e decide sair de casa, a cena corta e continua na seguinte.


CENA 12 – RUAS DE WEST MOUNTAIN – EXT. NOITE


A câmera mostra um par de tênis e pernas bronzeadas, a imagem vai subindo e seu shorts preto e a regata branca aparecem, logo o rosto de Alicia, ela está correndo em um ritmo frenético e é possível ouvir a música que sai de seu fone.
O áudio se expande para a cena, ela passa ao lado de uma torneira, a cena fica em slow-motion e a câmera mostra as gotas caindo, o som para e ouvimos barulho de gotas caindo lentamente. A imagem volta a velocidade normal e o som também, o asfalto passa rapidamente, as lâmpadas das casas estão apagadas em sua maioria e apenas as luzes amarelas dos postes iluminam o ambiente. Câmera foca no rosto de Alicia e muda para a torneira. Som para de novo. As gotas estão um pouco mais rápidas e conseguimos ouvir os barulhos delas de novo. A música volta ao normal e ela vira a esquina seguindo para a próxima rua. 
Música abaixa um pouco e Alicia suspira, mas continua no ritmo frenético enquanto o som volta a altura normal e dita a velocidade de sua corrida.
A câmera volta para a torneira e a música para completamente, as gotas caem rapidamente e o barulho de gota acelera pela última vez . A cena fica em slow-motion e o barulho de gotas faz a trilha sonora.
Assim que Alicia vira a esquina novamente, ergue a cabeça e faz uma expressão de espanto, câmera foca no rosto dela, o barulho de gotas cessa. Câmera mostra uma gota de suor escorrendo pela lateral de seu rosto, que cai e ouvimos o seu barulho ao colidir com o chão.
Alicia fecha os olhos fortemente, um barulho de tiro é ouvido, Alicia coloca as mãos na região da barriga e cai no chão, um homem encapuzado mantém a arma apontada na direção que efetuou o tiro. 
A imagem volta a velocidade normal. Ele tira o capuz e vemos que é o mesmo homem que Tom e Alicia encontraram no beco. Ele sorri, se vira e vai embora. Vemos o corpo de Alicia estendido no chão, a música volta e a câmera se aproxima do rosto dela. Ela está inconsciente.
O refrão da música termina, o som para e a imagem escurece completamente.

__________

Elenco

Alicia Collins – Halle Berry
Jared Marshall – Fredric Lehne
Thomas “Tom” Ward – Nick Carter
Julie Campbell – Emma Lahana
Curtis Hall – Ross Thomas

Chefe William Knight – Will Smith
Katie Young Knight – Lucy Liu
Diana Dixon Bennett – Kimberly Wyatt
Frank Bennett – Adam Sandler
Brad Russell – Brian Littrell
Rapaz do flashback – Jake Abel


(Cobaia 3 e os Capangas citados nesse episódio são atores contratados pela produtora)

Trilha Sonora

Monster - Paramore (tema de abertura)
Positivity - Ashley Tisdale
In The End - Linkin Park

Produzido por:

Sonia Cury
Clayton Correia
Douglas Souza
Cristina Ravela


Criado por:

Sonia Cury

Isto é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com pessoas ou situações da vida real são meras coincidências. 

Realização





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4 comentários:

  1. Caralho, que foda! Hahahaha
    Continua... E não deixe a Alicia sofrer tanto :P

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    1. Nossa! Muito obrigada hahahaha... Não esperava receber um comentário por aqui, fiquei muito contente por receber um!
      Olha, não posso garantir nada em relação a Alicia, ela vai enfrentar muita coisa ainda e vai passar por muita coisa, não só ela como outros personagens, essa história ainda reserva muitas surpresas.
      Espero que goste de acompanhar a série e que comente, mande sugestões e etc... Isso deixa a autora aqui muito feliz.
      Obrigada :D

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  2. Oi Sonia, passei pra deixar aquele abraço e força também. Amei o episódio, Adorei a Alicia - Achei que Halle Bary nesse papel super divou . Gostei do Frank o desenvolvimento dele foi otímo assim como a história, gostei muito da cena 10, tá de parabéns! Continue escrevendo, você tem talento e carisma o que é mais importante e nós (leitores) podemos sentir a mensagem.

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    1. Owwn *--*'
      Muito obrigada pela sua mensagem e pelo carinho Gustavo. Vi que gostou da Julie e do Curtis (cena 10) será que tem casal aí? Hahahaha ... Obrigada mesmo pelo comentário, espero que goste de acompanhar a história.

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